top of page

Luz Negra

Um rapaz me liga querendo marcar um programa, mas eu já tinha compromisso naquele horário, ele me pergunta em que motel eu estaria atendendo, eu passei o nome, ele responde: "assim que você terminar, me dá um toque". E eu "ok!".

Mas eu não acho muito ético ficar ligando ou dando toque para quem eu não conheço.

Após a saída do meu cliente um encontro que ocorreu perfeita-

mente bem, me deitei e adormeci, pois eu estava cansada. Uma

hora depois o rapaz me liga, com uma voz trêmula e pergunta

em que suíte eu estava, eu revelo dizendo o número e ele me diz

estar hospedado no mesmo motel e me passou a suíte, para que

eu fosse ao seu encontro.

Imediatamente, eu ligo para a recepção e entrego o quarto,

vou até a suíte dele, já era noite, subo as escadas, bato na por-

ta e ninguém responde, fui abrindo bem devagar e dando um

alôôô!!! Estou aqui...

Alguém grita, "entra!". Estava muito escuro, o quarto era grande e havia somente uma luz negra acesa. O chão estava molhado, mais parecia um filme de terror. Fico tensa, entro cautelosamente

e só avisto as toalhas brancas e o lençol porque a luz sendo negra deixava as peças lilás; na cama havia um homem negro deitado e coberto com o

lençol. Nunca os clientes ficam me esperando feito um paciente de

hospital, eu o cumprimentei e ele já me esperava a ponto de bala, e não

queria conversa. Eu estava apreensiva e fui esperta, já coloquei a

camisinha porque ele pediu que eu cavalgasse nele, me chamava

de "Lora"....Vem Lora! vem Branca!

O homem era negro, gordo, grande e careca, parecido um

um Buda chinês.

Foram poucas as cavalgadas e ele já quis me virar, nesse momento pensei: AI MEU DEUS! AJUDE-ME! Era um programa estranho e diferente do que eu estou acostumada, ele aparentava ser

muito pesado, me virou e na mesma hora ele tira a camisinha

e goza na cima da minha barriga. Normalmente eu não sou tão nojenta, mas

a porra dele era grossa, amarelada, com odor muito forte, credo! Levantei

correndo.

Ao acender a luz do banheiro, percebi muita sujeira ali, papel higiênico sujo com o número 2, as escovinhas e pastas de dentes do motel estavam jogadas no chão. Em seguida ele se levanta e atira na banheira e eu, olhando aquela sujeira, pensei... "será

que eu terei que entrar na banheira com ele?". Confesso que no meu pensamento eu pedi uma ajudinha divina e na mesma hora ele me diz: "Suzy eu vou

ter que ir. Eu aliviada, penso... "Obrigado Deus"! porque

eu não estava gostando daquele ambiente, sem nenhum diálogo ele coloca a roupa e rapidamente vai embora deixando o dinheiro em cima da

cama, detesto quando fazem isso! Sinto-me PUTA!

Quando ele sai eu corro para acender as luzes do quarto, e fico

enojada com tanta sujeira de latas, vasilhames, abro o frigobar que estava totalmente vazio, havia pasteizinhos espalhados pelo chão, muito papel higiênico sujo espalhado pelo quarto. CREDO!!! QUE NOJO!!! A impressão que eu tinha é que o banho que eu tomei não havia

resolvido de tão enojada que fiquei com aquele ambiente imundo.

Resolvo olhar na banheira e vejo muitos cabelos longos e

pretos boiando na água, mas eu sou loira e eu não entrei na banheira, e ele era careca.

Isso significa que enquanto eu dormia, ele estava com outra

no quarto, mas ele não gozou com ela? Por que sua voz no celular estava trêmula? Será que rolou droga ali? E aqueles cabelos

seriam de outra GP? Ou de uma mulher comum? Ou de um

travesti? E porque ele gozou tão rápido? Ele pode ter gozado com

a outra e depois comigo, mas e aquele monte de papel higiênico sujo espalhado? Nossa! Quantas perguntas eu me fiz. Agora eu entendo o porque da luz negra, ele não queria que eu vice a situação que estava que se encontrava a suíte. Na realidade eu estava morrendo de fome, mas não tinha coragem de comer naquele

ambiente. Outro cliente me liga, era um carioca e estava em um

hotel muito bacana no centro da Campinas. Sinceramente, eu não estava muito a

fim de atender, mas ele insistiu tanto e foi tão simpático que eu pedi um tempo, entreguei a chave da suíte com dó da camareira.

Saí do motel morrendo de fome, mas achei um chocolate na

minha bolsa que em salvou.

Chego no hotel, o cliente me recebe super bem e me pergunta; você aceita

alguma coisa Suzy?

E eu na mesma hora respondo: SIM! UM BANHO!

Nossa, eu até demorei no chuveiro, porque eu precisava daquele banho.

E na minha cabeça ficou um mistério do que teria acontecido

naquele quarto, antes da minha chegada.

Riscos da profissão.


Suzy Vieira (autora realista)

ree

 
 
 

Comentários

Avaliado com 0 de 5 estrelas.
Ainda sem avaliações

Adicione uma avaliação
bottom of page