Um rapaz me liga para saber como funciona o meu atendimento, eu explico e passo o valor do cachê, ele me liga novamente e tenta puxar outro tipo de conversa, eu cabreira e reservada respondo somente o necessário. Ele me adiciona e me passa a mandar mensagens todos os dias, eu tento ser objetiva e pergunto sobre o encontro; que dia e horas ele vai preferir. Ele não marca porque eu me recuso a ir buscá-lo, eu achei um absurdo a sugestão de buscar o cliente, fiquei muito irritada e não dei moral. Cara folgado!
O moço não desiste e continua mandando mensagens todos os dias, sempre prometendo agendar um programa, ele faz contato de maneira dócil e sem safadeza, sempre educadíssimo e aos poucos ele vai ganhando a minha confiança, e eu continuo mantendo o profissionalismo e irredutível com a ideia de buscá-lo.
Definitivamente depois de algum tempo ele resolve agendar um encontro, e eu penso: ALELUIA!!!
Na ocasião eu me deslocava para Campinas e trabalhava de segunda a segunda.
Programa agendado e eu vou para Campinas em pleno sábado a tarde. Quando eu chego na cidade ele me liga dizendo que a esposa saiu com o carro e ele não tem como ir ao meu encontro. COMO ASSIM?!?! eu fico uma fera, e percebo que ele fez de propósito. Eu cheia de ódio digo que eu não coloco estranhos dentro do meu carro e que ele não deveria ter feito isso comigo, eu sai da minha cidade em pleno sábado somente para atende-lo. E o pior que eu contava com aquele ganho, pois eu estava com a casa em reforma e aquele cachê me ajudaria bastante, e agora? volto para casa? eu gastei gasolina e a sorte que eu cortei o pedágio, apesar da raiva o meu racional passa a fazer cálculos, enquanto ele insiste em dizer que é de confiança e que quer me encontrar. Ele sugere um local público para que eu fique mais tranquila.
Eu muito estressada mas precisando do dinheiro, acabo aceitando.
Chego no local que estava bem movimentado, e fico trancada dentro do carro morrendo de medo e apreensiva. Vejo vários homens andando para todos os lados e o meu futuro cliente atrasado, resolvo dar um toque no celular e ele responde rapidamente que estava perto e que usava uma calça jeans e uma camiseta branca, quando eu olho um rapaz bem gato de jeans e camiseta regata branca se aproxima, me olha e passa direto, depois outro rapaz aparece e nem se quer vem a minha direção, eu penso em ir embora quando surge um deficiente físico de cadeira de rodas, mas eu não imaginei que pudesse ser ele, e ele para do lado da porta do meu carro e diz: Suzy? Eu fiquei tão nervosa, abro a porta saio do carro e respondo: Oi, tudo bem? e entro no carro de novo e fecho a porta. E ele pergunta: Você pode me ajudar? Eu saio e digo que sim. Eu fiquei muito nervosa e questionando na minha cabeça, como seria? eu vou ter que trepar com ele? como ele vai me comer? eu nunca tinha atendido um deficiente físico, eu sempre visualizei eles com muita dó.
Bom, fui ajuda-lo a entrar no carro, tive que pega-lo igual criança e eu confesso que ele era bem Pesado, dobrei a cadeira de rodas e coloquei no porta malas do carro, e me pergunto; e agora? o que eu faço? a onde vamos? ele muito honesto me pede que eu pegue uma bolsinha que ele segurava na mão direita, os braços dele eram grudados e não dava para erguer igual fazemos. Ele disse que tinha o suficiente para pagar o motel, o meu cachê e que ainda sobrava troco. Eu meio perdida achei melhor ir para um motel simples, eu dirijo refletindo que se eu fosse uma pilantra deixaria ele em qualquer lugar e levaria a bolsinha.
Ao chegar no motel, eu tiro ele do carro igual criancinha, pego a cadeira e penso o que eu vou fazer com esse homem? Meu Deus! TESÃO ZERO!!!
Primeiramente ele pediu para tomar um banho, eu tiro a roupa dele e levo ele para a ducha ele disse que ficou tão nervoso e diante da ansiedade ele teve um desarranjo intestinal, os braços dele eram grudados no corpo e eu tive que dar banho e limpa-lo, naquele momento eu virei uma enfermeira dele. Depois de banhado e limpo eu coloquei ele na cama, comecei conversar, conversar, conversar, até que ele me pede os carinhos que ele precisava, dai eu pude entender o porque ele queria que eu o buscasse. Ele comenta que eu não era a primeira profissional de sexo que ele contratava, e que a outra era mal caráter e que fez coisas absurdas para tirar dinheiro dele (prefiro não entrar em detalhes). Na minha cabeça deficiente não funcionava, eu sempre tive aquele olhar de piedade o qual eu me enganei ao ver o pau dele duro. Ele deitado reto e eu preciso cumprir com o meu trabalho, começo com um oral, depois encapo e subo em cima cavalgando e ele rapidamente goza, tamanha a vontade que ele estava. Eu fico sem acreditar naquela situação tão nova pra mim. Dou banho nele, visto e enxugo como se ele fosse uma criança. Tomo uma ducha e coloco a minha roupa rapidamente. Coloco ele no carro, e pego a bolsinha, me pago e pago e motel e conto o troco mostrando para ele que fiz tudo certinho. Ele todo animadinho diz ter gostado muito de mim. Devolvo ele no mesmo local e na hora de descer do carro e ao pegar a cadeira eu observo as pessoas olhando para nós com aquele ar de dó, sem imaginar que eu tinha dado pra ele e acabado se sair com ele de um motel. Me despeço e saio meio abalada psicologicamente . Analiso a situação que não importava a deficiência ele era um ser humano e sente tesão como qualquer outro homem, e eu percebo o quanto não sabemos nada da vida e muito menos das pessoas

Sigo a estrada de volta para a minha casa chorando, imagino os meus pais me vendo prestar aquele serviço, eu mesma me julgo e me culpo, nada pior do que a nossa própria desaprovação.
Suzy Vieira
"Para cada dificuldade nasce o caminho do êxito, porque para prosperar é preciso vivência, e esta só é adquirida a medida que superamos obstáculos."
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