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O Tripé

Foto do escritor: Suzy VieiraSuzy Vieira

(Esse relato foi publicado na minha revista Decifra-me)


Aos poucos estou aprendendo não julgar pela voz no celular.

Ganhei  experiências com homens que falam bonito ou que no primeiro contato, escrevem bem, mas que pessoalmente são uns verdadeiros desastres. Não respeitando os meus limites e muito menos o meu horário.

No primeiro contato ao celular, fiquei meio cabreira, era um sotaque diferente, mas a pessoa foi  super objetiva, fiquei semi pronta porque em período de férias os garotos ligam muito para fazer brincadeiras. Mas para a minha surpresa o Pernambucano retorna pontualmente, informando o motel e a suíte. Eu percebi que era sério, termino de me arrumar e vou ao encontro.

O motel, não era um dos melhores, já era noite e tudo isso me deixa apreensiva. Quando chego no motel, o número informado não tem carro na garagem, me sinto insegura e não guardo o meu carro e nem pego a minha bolsa, porque dependendo da situação, eu viro as costas e vou embora.

Tensa, eu bato na porta, um Pernambucano, baixinho e bem magrinho me recebe. Ele era esquisitinho, mas me recebeu com tanto carinho que eu resolvo pegar a bolsa e os meus acessórios e seja o que Deus quiser, nesse trabalho eu não tenho como escolher com quem eu quero transar.

O Pernambucano se trata de uma pessoa super falante  e com um sotaque lascado! Ele só me chamava de Rapaiz a todo momento, nem era rapaz, a pronuncia era Rapaizzz!!! Daqui Rapaizzz dali....rsrs...ele reclamava do calor, e que dormir com esse calor era uma briga de Foice!  Ele dizia coisas engraçadas, era diferente do perfil que eu acostumava atender.  Afirmou que no Pernambuco só tinha Cabra Macho e que andou lendo as minhas histórias e que esse negócio de Inversão não era com ele não e que se alguém no Pernambuco faz isso e a família descobre.........RAPAIZZZZ!!!! o cabra tava é morto!  Eu ouvia e me divertia com a conversa dele, pensando......cada figura que me aparece...rsrs.

Papo daqui, conversa de lá, mas eu teria que enfrentar o mocinho que permanecia o tempo todo com a toalha enrolada na cintura. Tirei o meu vestido e fui para cama, enquanto ele ficava repetindo rapaiz! Ele também vem todo animadinho, alias animação é o que não faltava para aquele homem.

Quando ele tira a toalha, eu pensei....MEU DEUS! Eu vou ter que ser Foda! Para dar conta  de um pau tão grande e ele sabe disso pq faz propagandas, disse ser conhecido por tripé, ele é arretado e eu corajosa.

Animado e querendo toda hora mudar de posição, eu em baixo, em cima, de ladinho, em pé e nem a cadeira erótica escapou.

No sexo Anal eu fui cautelosa e pedi arrego, porque aquele pinto não era normal. Ele não gozava nunca e eu fui ficando cansada, perguntei de ele tinha tomado alguma coisa e ele afirma, que Não! Que ele era assim mesmo, que demorava para gozar, era o último programa da noite e  depois de algumas orações por pensamento, ele finalmente goza, e eu, respiro aliviada.

Eu fico ali parada, sem vontade de conversar, ele desabafa dizendo que foi vítima de pessoas mal intencionadas, perdeu muito dinheiro depositando e acreditando em mulheres pilantras, inclusive uma era evangélica, sofreu alguns golpes, percebi que ele tinha muita vontade de se casar. Ele até disse que se casaria comigo, rsrs...e eu logo tiro o meu da reta,  exausta eu penso: “se for para casar que seja para fazer mais compras e menos sexo.” Ele me fala das sobrinhas que ele tem e que é um verdadeiro paizão, dando tudo que elas precisam. Ele diz gostar de tudo certinho e que respeita muito o meu trabalho, citou algumas damas da sociedade que são verdadeiras putas e diz ter conhecido algumas putas que são Gente Pra Caramba!  Enfim.....eu calada olho para ele e penso que, com certeza ele é uma das melhores pessoas que eu já conheci, uma pessoa simples, super humana e inteligente, a beleza era zero, mas porque isso tem que importar tanto. Ele era realmente um Pernambucano




gente boa.

Tomei coragem para ir ao banho, me despedi com um forte abraço e ele chamou um taxi.

 

“Muita gente quebra a cara na vida, porque acredita no errado, duvida do certo, abandona o verdadeiro e valoriza o falso.”

Nem sempre a aparência é tudo!


Suzy Vieira

 

 

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