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Razões

(um relato com o meu desabafo)

As vezes me pego pensando...


Por que Deus não me colocou

em uma janelinha de um prédio, daquelas cidades bem

grande, a onde ninguém se importasse com a minha vida.

Eu gostaria muito de não se importar com os outros, mas

quando me refiro aos outros, me refiro a pessoas que eu amo,

mas se eu me importo, é porque eu me preocupo, e porque eu me

preocupo? quem me ama verdadeiramente, vai me aceitar como

eu sou e vai entender as minhas escolhas. será?

Umas das coisas que mais me encorajou quando eu resolvi ser

acompanhante, era as situações de perdas materiais e injustiças que

eu sofria, uma amiga muito especial dizia diante das minhas tragé-

dias que por mais difícil que fosse, "cada pessoa tem a suas razões."

Dai eu ficava pensando, se os bandidos levaram tudo que eu

tinha, era porque eles tinham a razão deles, se as injustiças que eu

sofria foi inconseguência minha, eu já estava pagando, trabalhan-

do na escola de segunda a domingo até tarde, para pagar tudo

que havia cido roubado.

Se a minha sócia foi oportunista e manipuladora, ela tinha

as razões dela? e eu? porque terei que ser a única crucificada? se

todos podem ter as suas razões, eu além de ter as minhas, ainda

farei de forma justa e honesta, porque se não existisse a procura

pelos meus serviços, eu teria feito outra coisa.

Hoje penso que as acompanhantes são tão necessárias quanto aos Juiz,

os advogados, os policiais, os cabelereiros, enfim...

Certo dia um cliente arrumou as malas para ir embora de casa, pois

já estava cansado da rotina de seu casamento, sua esposa reclama-

va, os filhos resmungavam, e nada o faria aquele homem mudar

de idéia, até que ele entra na Internet e quem procura? Acha!

Ele saiu para um encontro o qual o fez relaxar, conversar,

desabafar, refletir e conclusão: ao chegar em casa, ele desarrumou

as malas, hoje ele se encontra viajando com a esposa, foi um pre-

sente de aniversário de casamento, mas e se ele tivesse ido embora

aquele dia? Será que tudo teria voltado ao normal? desejos e fan-

tasias todo ser humano sente, só falta coragem de assumir.

E as vizinhas? cunhadas? amigas? sobrinhas? que se tornam

amantes, isso é normal para a sociedade? essas tem perdão? quan-

ta hipocresia! elas contam uma boa historinha, e fica tudo certo.

Ah mais o problema é o sexo por dinheiro? então ficar liberando

a piriquita de graça para os parentes, amigos, isso é normal?

Eu não acho, mulher tem que se valorizar, e se quiser um bom

trato, tem que pagar o preço!

Normalmente os homens levam a vida toda construindo um

patrimônio, o qual tem que abrir mão ou dividir com uma mu-

lher ingrata que o traiu e que muitas vezes nem quiz dormir com

ele, e que passou mais tempo pedindo do que dando, rs.

Eu, como acompanhante, só levarei uma hora da vida dele,

ou duas, ou três... depende de quantas vezes ele vai me procurar,

se isso não acontecer, ele tem a segurança de que eu não vou bater

na porta da casa dele, e nem vou ficar mandando mensagens no

seu celular, nem sairei fazendo fofocas, porque é uma questão de

ética profissional. Penso que eu só ofereço vantagens.

Mas mesmo assim, serei alvo de crítica, muitas pessoas "MULHERES", me apontarão e dirão que sofri influências de amigos,

influências religiosas, mas e as minhas razões?

Mas e a minha escola? Durante o dia eu era a diretora e em

muitas noites, divulgadora e até panfletadora nas ruas e empresas

se preciso fosse, eu era uma pessoa participativa das Campanhas

da cidade. Eu fazia tudo por Amor, mas isso já foi esquecido.

A pouco tempo resolvi tirar os meus certificados da parede,

porque percebi de que nada eles me valiam, cansei de viver de

injustiças, eu só quero ser feliz, mas sem um manual de vida, sem

regras e sem julgamentos.

SUZY VIEIRA

"Aprendi que os meus Diplomas na parede não me fazem

mais respeitável ou mais sábia, e que os heróis são pessoas

que fazem o que acham que devem fazer naquele momento,

independentemente do medo que sentem."


William Shakespeare

 
 
 

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